Mercado de celulares ilegais no Brasil tem queda de 7%

O mercado de celulares ilegais no Brasil apresentou uma retração de 7% em 2025, segundo dados da Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee). A redução é resultado de ações coordenadas entre a Abinee, Anatel, Senacon, Polícia Federal, Receita Federal, Sefaz-SP e o Legislativo. Apesar do recuo, a Abinee manifesta que o objetivo é eliminar completamente o mercado irregular.
Panorama do Mercado Ilegal
Apesar da queda percentual, o faturamento do mercado ilegal aumentou devido ao incremento do preço médio dos aparelhos, que variam entre R$ 2 mil e R$ 2,5 mil. As marcas chinesas Xiaomi e Realme continuam sendo as principais afetadas pelo contrabando. A participação de celulares irregulares nas vendas totais de smartphones diminuiu de 19% para 12% em 2025.
O histórico do mercado não oficial demonstra uma queda de 13% na participação de mercado nos últimos dois anos:
- 2025: 4,5 milhões de unidades, 12% de participação.
- 2024: 7,7 milhões de unidades, 19% de participação.
- 2023: 10,9 milhões de unidades, 25% de participação.
- 2022: 4 milhões de unidades, 10% de participação.
- 2021: 3,8 milhões de unidades, 9% de participação.
Em 2025, as vendas registradas pelo mercado oficial atingiram 31,9 milhões de unidades, um recuo de 2% em relação a 2024, com 32,5 milhões de unidades comercializadas.
Veja também:
Ações de Combate ao Mercado Ilegal
A Abinee, Anatel, Polícia Federal e Receita Federal têm intensificado as ações contra a venda de celulares ilegais, incluindo operações como a Corisco Turbo e a Desabastecimento. A Anatel também tem buscado ampliar seu papel de fiscalização, adotando ações para apreensão de aparelhos ilegais.
Em agosto, a Anatel publicou uma resolução que determina que lojas online e marketplaces respondam solidariamente pelos produtos comercializados em suas plataformas. No entanto, algumas plataformas têm demonstrado resistência, movendo ações contra a Anatel e a Receita Federal.
Riscos da Aquisição de Celulares Irregulares
A compra de celulares irregulares apresenta diversos riscos para o consumidor:
- Evasão fiscal, impactando a arrecadação de impostos.
- Concorrência desleal com empresas regulares.
- Risco de superaquecimento, falhas de funcionamento, choques elétricos e explosões.
- Utilização de materiais de baixa qualidade.
- Falta de garantia e assistência técnica.
- Roubo de dados e imagens.
Orientações para o Consumidor
A Abriq recomenda que os consumidores verifiquem se o aparelho é homologado antes da compra, consultando o selo de certificação da Anatel e desconfiando de preços muito abaixo da média de mercado. A Anatel mantém um banco de dados público para essa consulta.
Para verificar o número IMEI do aparelho, o consumidor pode digitar o código “*#06#” no discador do celular e apertar a tecla para ligar, ou procurar nas configurações do aparelho.
Medidas Futuras
A Anatel e a Receita Federal pretendem intensificar a fiscalização no comércio exterior a partir de maio de 2026, com o objetivo de barrar a entrada de aparelhos irregulares nos portos e aeroportos. A Anatel terá acesso direto ao Siscomex, sistema que controla o processo de comércio exterior, permitindo a visualização antecipada das informações e o bloqueio de cargas irregulares.
Impacto da Inteligência Artificial
A crescente demanda por inteligência artificial (IA) tem impactado os preços dos semicondutores, podendo provocar falta de chips em 2026. As empresas de semicondutores estão priorizando o fornecimento para data centers e tecnologias de IA, o que pressiona a oferta para outros mercados.
