Telas curvas de smartphones: o declínio silencioso

As telas curvas, antes vistas como sinônimo de inovação e elegância em smartphones, estão gradualmente desaparecendo do mercado. O que antes era um símbolo de design premium, presente em modelos de grandes fabricantes como Samsung e LG, cede espaço para telas planas ou microcurvas. Mas por que essa mudança?
A ascensão e queda das telas curvas
Em meados da década de 2010, as telas curvas ganharam popularidade, impulsionadas pelos avanços na tecnologia de painéis flexíveis OLED. A promessa era de um visual futurista, bordas mais finas e uma experiência mais imersiva. Modelos como o Samsung Galaxy Note Edge e o LG G Flex foram pioneiros nesse design, buscando oferecer uma pegada mais confortável e um visual diferenciado.
No entanto, a realidade se mostrou diferente. Usuários começaram a relatar problemas de ergonomia, como toques acidentais nas bordas e dificuldade para segurar o aparelho com firmeza. Além disso, as telas curvas apresentavam outros desafios:
- Distorção visual e reflexos: A curvatura podia distorcer o conteúdo exibido e gerar reflexos incômodos, prejudicando a experiência visual.
- Durabilidade: O vidro curvo era mais suscetível a rachaduras e quebras em caso de quedas, aumentando os custos de reparo.
- Proteção: Achar películas e capas protetoras que se encaixassem perfeitamente nas telas curvas era uma tarefa difícil.
- Custo de fabricação e reparo: A produção de telas curvas era mais complexa e exigia tecnologias mais avançadas, elevando os custos de fabricação e, consequentemente, de reparo.
- Espaço interno: A curvatura reduzia o espaço interno do aparelho, limitando o tamanho da bateria e de outros componentes.
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A volta das telas planas (e microcurvas)
Diante das desvantagens, a indústria começou a repensar o design das telas. A Xiaomi, a Honor e outras marcas chinesas adotaram o design “Quad Micro-Curve” ou “Floating Micro-Curve”, que mantém o painel OLED quase plano, mas com bordas de vidro levemente polidas. Essa solução oferece uma sensação premium sem sacrificar a resistência e a usabilidade.
A Samsung, que foi uma das principais impulsionadoras das telas curvas, também mudou sua estratégia e passou a priorizar telas planas em seus smartphones. A empresa percebeu que os consumidores valorizavam mais a praticidade e a durabilidade do que a estética.
O futuro das telas
Apesar do declínio das telas curvas, algumas fabricantes ainda apostam nesse design em modelos específicos. No entanto, a tendência geral é de que as telas planas ou microcurvas continuem a dominar o mercado.
O foco agora é oferecer uma experiência de uso mais prática, confortável e durável, sem abrir mão da estética. As telas dobráveis, que surgiram como uma alternativa inovadora, ainda enfrentam desafios semelhantes em relação à durabilidade e ao custo.
Em 2025, a prioridade é a funcionalidade e a usabilidade, e as telas curvas, que antes simbolizavam o futuro, parecem ter ficado para trás.
