Brasileiro Virgílio Almeida ganha prêmio da Unesco por ética na IA

O professor Virgílio Almeida, da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), foi laureado com a primeira edição do Prêmio Unesco-Uzbequistão para Pesquisa Científica sobre Ética na Inteligência Artificial. A Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) anunciou o reconhecimento ao pesquisador brasileiro por suas contribuições nas áreas de governança da internet, inteligência artificial (IA) e algoritmos.
Contribuições e Reconhecimento
Almeida se destacou por seu papel na construção de políticas de regulação para IA e algoritmos de rede, incluindo redes sociais, tanto no Brasil quanto no mundo. A Unesco ressaltou suas contribuições em áreas como governança da internet e políticas de regulação de IA. Ele também coordena na Universidade de São Paulo (USP) o projeto “IA Responsável”, dedicado ao estudo das dimensões técnicas, sociais, legais e institucionais da tecnologia. O professor foi indicado ao prêmio pelo Ministério das Relações Exteriores.
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Atuação no Marco Civil da Internet
Virgílio Almeida teve participação ativa na construção de políticas como o Marco Civil da Internet na década passada, quando foi secretário nacional de Políticas de Informática do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação. Na época, a divulgação de documentos restritos por Edward Snowden revelou um esquema de vigilância e espionagem pelas redes de informática, motivando uma resposta institucional mais contundente no Brasil. Almeida foi um dos representantes brasileiros nas reuniões internacionais que se seguiram ao incidente e contribuiu para a construção das políticas internacionais sobre o tema.
Projeto IA Responsável
Atualmente, Almeida é pesquisador na UFMG e na USP, onde atua na cátedra Oscar Sala do Instituto de Estudos Avançados. Lá, coordena o projeto “IA Responsável”, que investiga as dimensões técnicas, sociais, legais e institucionais do setor. O governo brasileiro, em nota, expressou grande satisfação com a premiação, afirmando que ela reflete o compromisso com a governança inclusiva e o uso ético e responsável da inteligência artificial e de tecnologias digitais.
Outros Vencedores
Além de Almeida, outras iniciativas também foram reconhecidas com o prêmio Unesco-Uzbequistão. As pesquisadoras Claudia Roda e Susan Perry, da American University of Paris, foram premiadas por suas pesquisas sobre o impacto das tecnologias digitais nos direitos humanos. O Instituto para Governança Internacional da Inteligência Artificial da Universidade de Tsinghua, na China, liderado por Xue Lan, também foi reconhecido por desenvolver soluções inclusivas e responsáveis para o setor.
O Prêmio Beruniy
O prêmio é batizado de Beruniy Prize, em homenagem ao cientista Abu Rayhan al-Biruni, uma das maiores figuras da ciência no Uzbequistão medieval. A honraria reflete o esforço do país da Ásia Central para ampliar sua influência científica e cultural no cenário global. A premiação, criada em 2024, é uma parceria entre a Unesco e o governo do Uzbequistão.
