CFP debate IA em Simpósio de Ciberpsicologia

O Conselho Federal de Psicologia (CFP) participou do I Simpósio de Pesquisa em Ciberpsicologia e Interações Sociais, realizado em Maceió, Alagoas, entre os dias 2 e 5 de setembro de 2025. O evento, organizado pelo GT em Ciberpsicologia e Interações Sociais da Associação Nacional de Pesquisa e Pós-Graduação em Psicologia (ANPEPP), teve como tema “Interfaces multidisciplinares da ciberpsicologia: educação, saúde e tecnologia nas interações sociais contemporâneas”.
Objetivo do Simpósio
O simpósio reuniu pesquisadores e profissionais interessados nos impactos das tecnologias digitais nas experiências humanas e dinâmicas sociais. O objetivo foi promover um diálogo interdisciplinar sobre os impactos da tecnologia e fortalecer redes de pesquisa. O evento também buscou compartilhar resultados de pesquisas e promover uma reflexão coletiva sobre os desafios da psicologia na era digital.
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Participação do CFP
O CFP foi representado pelos conselheiros federais Carolina Roseiro e Virgílio Bastos, que participaram do debate sobre a inteligência artificial no redesenho das profissões e seus impactos para a Psicologia. O CFP tem se posicionado sobre o uso crescente da IA em contextos que possam impactar o exercício profissional, propondo diretrizes e critérios éticos para sua adoção.
Integrantes do Grupo de Trabalho (GT) do CFP sobre IA, os professores Adriano Peixoto e Leonardo Martins, também participaram da mesa de discussão sobre inteligência artificial no contexto da Psicologia. Eles abordaram o uso das novas tecnologias, com foco na aplicação na saúde e nas implicações teóricas da inteligência artificial em conceitos centrais da Psicologia, como consciência, subjetividade e a relação entre humanos e máquinas.
Ações do CFP sobre Inteligência Artificial
O CFP tem intensificado o debate sobre a Inteligência Artificial e seus impactos na prática psicológica. Em julho de 2025, o CFP publicou uma Nota de Posicionamento reforçando que a atuação do psicólogo permanece insubstituível, especialmente na escuta clínica e na compreensão do sofrimento psíquico.
O Conselho tem atuado na construção de propostas para a regulamentação do uso de IA na área da saúde, defendendo práticas que valorizem o trabalho humano e garantam segurança ética e técnica à população. O CFP também criou um grupo de trabalho para analisar e discutir o uso da IA e alertar sobre os riscos da terapia realizada por inteligência artificial.
Aplicações e Limitações da IA na Psicologia
A IA pode ser uma aliada em alguns aspectos técnicos da prática psicológica, como triagens, organização de dados e suporte a processos administrativos. No entanto, o CFP destaca que a IA não substitui a presença, a escuta sensível e o vínculo estabelecido entre psicólogo e paciente. A Psicologia se baseia em processos subjetivos que requerem empatia, julgamento ético e compreensão profunda da condição humana.
O CFP ressalta que o uso de tecnologias na atuação psicológica deve estar sempre subordinado aos princípios do Código de Ética Profissional da Psicologia, respeitando o consentimento informado, a confidencialidade, a privacidade e os direitos dos sujeitos envolvidos. Qualquer ferramenta baseada em IA deve passar por critérios técnicos e éticos rigorosos, com atenção para possíveis vieses, desumanizações ou riscos de uso inadequado.
Recomendações e Acompanhamento do Tema
O CFP recomenda cautela no uso da inteligência artificial para questões de saúde mental. A IA deve ter caráter informativo e complementar, nunca substituir a relação terapêutica. O Conselho ressalta a importância da interação humana, da sensibilidade e do sigilo profissional, que não podem ser substituídos por algoritmos.
O CFP continua acompanhando o tema e promovendo debates com profissionais da Psicologia, pesquisadores e especialistas em tecnologia para refletir coletivamente sobre o uso da IA na prática psicológica. O objetivo é construir formas responsáveis de integrar a IA à prática psicológica, com discernimento, supervisão e atualização permanente.