IA: Estudo da Microsoft revela profissões mais vulneráveis

Um estudo recente da Microsoft revelou quais profissões são mais vulneráveis ao avanço da inteligência artificial (IA). A pesquisa analisou dados de interações de usuários com o Copilot, assistente de IA da empresa, para identificar o potencial de automação em diversas ocupações.
Profissões em Risco
O levantamento identificou que funções ligadas à escrita, comunicação e análise de dados são as mais expostas. Entre as profissões com maior risco de substituição ou impacto direto da IA, estão:
- Tradutores e intérpretes
- Redatores, jornalistas e criadores de conteúdo digital
- Historiadores e analistas de políticas públicas
- Representantes de vendas
- Atendentes de suporte ao cliente
- Programadores de máquinas CNC
- Analistas de dados
- Comissários de bordo
Essas ocupações envolvem tarefas que a IA consegue executar com alto grau de precisão, como redação, tradução, leitura de padrões e resposta automatizada.
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Profissões Mais Seguras
Por outro lado, trabalhos que exigem habilidades manuais, contato físico ou empatia direta seguem mais protegidos. O estudo aponta que as seguintes profissões são menos vulneráveis à automação:
- Operadores de máquinas pesadas
- Faxineiros
- Telhadistas
- Massoterapeutas
- Lavadores de pratos
- Técnicos de enfermagem
Essas áreas exigem habilidades físicas, interação humana direta ou supervisão humana, o que dificulta a substituição pela IA.
O Futuro do Trabalho
Apesar da crescente influência da tecnologia, especialistas acreditam que a IA não substituirá completamente nenhuma função. A tendência é que a tecnologia assuma tarefas repetitivas, enquanto o trabalho humano se concentrará em decisões estratégicas e criatividade. Competências como empatia, pensamento crítico, adaptabilidade e julgamento ético continuam fora do alcance das máquinas.
Lucas Brossi, sócio da Bain & Company na América do Sul, afirma que a IA deve mudar a forma como os profissionais atuam, criando funções híbridas, parte automatizadas, parte humanas.
Impacto da IA no Mercado de Trabalho
A inteligência artificial tem provocado mudanças em ritmo acelerado no mercado de trabalho, com o surgimento de novas funções e carreiras. O Fórum Econômico Mundial estima que cerca de 9 milhões de empregos devem ser eliminados até 2030 por conta de tecnologias emergentes. No entanto, o mesmo estudo aponta a criação de 11 milhões de novas vagas.
Entre as novas funções, estão:
- Auditor de IA
- Integrador de sistemas automatizados
- Designer de experiências digitais
- Tradutor de algoritmos
Esses profissionais serão responsáveis por garantir a responsabilidade e a confiabilidade dos resultados gerados pelas máquinas.
Adoção da IA e o Mercado de Trabalho
A adoção acelerada de IA por grandes empresas de tecnologia tem impactado as contratações, forçando engenheiros recém-formados a buscar empregos em outras áreas. Empresas como Amazon, Intel, Meta e Microsoft reduziram contratações e cortaram vagas júnior.
Especialistas apontam que as vagas de entrada são as mais suscetíveis à automação, ampliando o desafio para quem ainda não possui histórico profissional sólido.
Recomendações
Diante desse cenário, é essencial acompanhar as mudanças e se adaptar às novas demandas do mercado. Pedro Burgos, professor do Insper e especialista em inteligência artificial, recomenda:
- Trazer a IA para o máximo de atividades possíveis
- Experimentar e identificar onde a IA se encaixa no dia a dia
- Focar no desenvolvimento de habilidades como pensamento crítico, capacidade de comunicação, trabalho em equipe e liderança
A IA não é mais promessa de futuro, mas realidade. É fundamental que os profissionais se preparem para as transformações tecnológicas e busquem se adaptar às novas exigências do mercado de trabalho.
