IA usa voz de Adele em homenagem falsa a Charlie Kirk

A inteligência artificial (IA) tem gerado polêmica no mundo da música, com a criação de canções falsas utilizando vozes de artistas famosos sem o seu consentimento. Um exemplo recente é uma música no YouTube que homenageia Charlie Kirk, um ativista conservador que faleceu em setembro, supostamente cantada por Adele. No entanto, a canção foi inteiramente gerada por IA, levantando questões sobre direitos autorais e ética.
O que aconteceu
Um vídeo no YouTube apresentava uma música emocional dedicada a Charlie Kirk, com comentários agradecendo a Adele pela homenagem. Acontece que a música foi criada por inteligência artificial, imitando a voz da cantora britânica sem sua autorização. Essa prática tem se tornado comum, com IAs sendo capazes de simular vozes de artistas famosos a partir de simples comandos de texto.
Casos semelhantes têm surgido, com músicas falsamente atribuídas a artistas como Ed Sheeran e Justin Bieber, acumulando milhões de visualizações. Muitas vezes, as vozes geradas pela IA não se assemelham perfeitamente aos artistas originais, mas muitos usuários acreditam na autenticidade do conteúdo.
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Implicações e Debates
A utilização de IA para criar músicas falsas levanta diversas questões importantes:
- Direitos autorais: A imitação de vozes e estilos musicais de artistas sem permissão levanta debates sobre a proteção dos direitos autorais e a necessidade de regulamentação.
- Ética: A criação de conteúdo falso e enganoso pode prejudicar a reputação dos artistas e confundir o público.
- Qualidade da internet: Especialistas como Alex Mahadevan, do instituto Poynter, alertam para a proliferação de conteúdo de baixa qualidade gerado por IA, substituindo a criatividade e originalidade na internet.
Regulamentação e o Futuro da IA na Música
O YouTube exige que criadores de conteúdo informem quando utilizam IA em seus vídeos, mas essa informação muitas vezes fica escondida na descrição, passando despercebida. A Associação da Indústria Fonográfica dos Estados Unidos (RIAA) já processou geradores de música com IA por violação de direitos autorais, demonstrando a necessidade de regulamentações mais rigorosas.
Lucas Hansen, cofundador da ONG CivAI, acredita que restrições comerciais e regulamentações na distribuição de conteúdo gerado por IA podem ser um caminho para mitigar os impactos negativos dessa tecnologia na indústria musical. O debate sobre o uso da inteligência artificial na música continua, com a necessidade de proteger os direitos dos artistas e evitar o uso indevido de suas vozes e imagens.
Enquanto isso, grupos gerados por IA, como The Velvet Sundown, têm ganhado espaço em plataformas como o Spotify, levantando questões sobre a linha tênue entre o humano e o artificial.
A proteção da voz e da imagem dos artistas profissionais é essencial para preservar a integridade do ecossistema musical.