Pesquisa: Maioria dos Brasileiros Não Usa IA Generativa Como ChatGPT

Uma pesquisa recente revelou que a maioria dos brasileiros ainda não utiliza ativamente ferramentas de inteligência artificial (IA) generativa como o ChatGPT. Apesar da crescente popularidade e do conhecimento sobre a IA, a adoção dessas tecnologias específicas permanece limitada, com a maioria dos usuários preferindo interações indiretas com a IA por meio de serviços já estabelecidos.
Adoção Limitada de IA Generativa
Um levantamento realizado pelo Datafolha em parceria com o Observatório da Fundação Itaú, divulgado em agosto de 2025, indica que 73% dos brasileiros com 16 anos ou mais nunca utilizaram ferramentas de IA generativa como ChatGPT, Google Gemini ou Copilot. Entre os que experimentaram, o uso é majoritariamente esporádico, com apenas 13% utilizando-as regularmente e 3% diariamente.
A pesquisa, que entrevistou 2.798 pessoas em todo o país entre 7 e 15 de julho, também revelou que, embora 82% dos brasileiros já tenham ouvido falar em inteligência artificial, pouco mais da metade (54%) realmente compreende o que ela significa.
Veja também:
Uso Indireto vs. Uso Ativo
O estudo aponta que 93% dos entrevistados utilizam algum serviço que possui IA integrada de forma indireta, como em redes sociais (89%), sistemas de recomendação de filmes e músicas (78%) e aplicativos de navegação (63%). No entanto, quando se trata da criação de conteúdo, como texto ou imagem, o número de usuários cai significativamente. Cerca de 57% nunca usaram geradores de texto e 69% nunca utilizaram ferramentas de geração de imagem.
Desigualdades no Acesso à IA
A pesquisa Datafolha também destaca que o uso de IA no Brasil não é uniforme e reflete desigualdades sociais e educacionais. O uso é mais concentrado entre as classes com maior poder aquisitivo e escolaridade. Enquanto nas classes A e B o percentual de pessoas que nunca usaram IA cai para 54%, na classe D/E esse número salta para 85%. A divisão por escolaridade é ainda mais evidente: 87% daqueles que possuem apenas o ensino fundamental nunca usaram IA generativa, contra apenas 38% dos entrevistados com nível superior.
Brasil no Top 3 de Usuários de ChatGPT
Apesar da baixa adesão geral à IA generativa, o Brasil se destaca como um dos países que mais utilizam o ChatGPT. Um relatório da OpenAI revelou que o Brasil é o terceiro país com o maior número de usuários do ChatGPT, com cerca de 140 milhões de mensagens diárias. O país fica atrás apenas dos Estados Unidos e da Índia.
Os principais usos do ChatGPT no Brasil incluem redação e comunicação (20%), aprendizado e capacitação (15%) e programação, ciência de dados e matemática (6%).
IA na Saúde Mental
A pesquisa também revelou um uso crescente da IA na área da saúde mental, com 45% dos entrevistados recorrendo à IA para lidar com ansiedade, buscar conselhos pessoais ou simplesmente conversar. Entre esses, 58% afirmam ter sentido benefícios. No entanto, especialistas ressaltam que o recurso não substitui o acompanhamento profissional.
IA nas Empresas Brasileiras
Embora a adoção de IA generativa pela população em geral seja limitada, muitas empresas brasileiras estão começando a explorar o potencial da IA. Um estudo da AWS revelou que 40% das empresas no Brasil já adotam IA em seus negócios. Entre as empresas que já utilizam a tecnologia, 95% afirmam ter registrado aumento de receita, com crescimento médio de 31%.
Otimismo em Relação à IA
Apesar dos desafios e desigualdades, a pesquisa da Ipsos e Google indica que os brasileiros estão otimistas em relação ao potencial da IA. Cerca de 65% dos brasileiros acreditam que a IA é promissora por contribuir com diversas áreas da vida. Além disso, 60% dos brasileiros acreditam que a IA trará uma maior expectativa de ganhos, prevendo que haja aumento nos empregos.
Conclusão
Embora a maioria dos brasileiros ainda não utilize ativamente ferramentas de IA generativa como o ChatGPT, o país se destaca como um dos maiores usuários da plataforma no mundo. A adoção da IA está crescendo tanto entre a população em geral quanto nas empresas, com um otimismo crescente em relação ao seu potencial. No entanto, é importante abordar as desigualdades no acesso à IA e garantir que seus benefícios sejam amplamente distribuídos.