Trump afirma: EUA lideram em chips e IA contra China

O ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, declarou que os EUA estão “bem à frente” da China no desenvolvimento de chips e na corrida pela inteligência artificial. A afirmação foi feita em entrevista à rádio Fox News na quinta-feira, 14 de agosto de 2025.
A disputa tecnológica entre EUA e China
A declaração de Trump surge em meio a uma crescente competição tecnológica entre os Estados Unidos e a China. Os dois países têm investido pesadamente em setores estratégicos como inteligência artificial e semicondutores, buscando garantir a liderança econômica e militar.
Trump minimizou o avanço chinês na indústria de veículos elétricos, argumentando que, enquanto a China concentra esforços em baterias, os Estados Unidos contam com petróleo e gás como diferencial energético. Ele também já havia expressado sua insatisfação em perder negócios para a China.
Veja também:
O chip Blackwell da Nvidia
Durante a entrevista, Trump citou o chip Blackwell, da Nvidia, como um exemplo da força tecnológica americana. O chip leva o nome de David Blackwell, um estatístico e matemático reconhecido como o primeiro homem negro a integrar a Academia Nacional de Ciências dos EUA.
No entanto, Trump indicou que a Nvidia não poderá vender o chip Blackwell, considerado o mais avançado da empresa, para a China por enquanto. Ele mencionou a possibilidade de o governo dos EUA ficar com uma porcentagem das vendas desse chip, além dos 15% já acordados para o chip H20.
Políticas de incentivo doméstico
O governo Trump tem adotado políticas para incentivar o desenvolvimento e a produção de chips de inteligência artificial dentro dos Estados Unidos. O vice-presidente JD Vance já havia anunciado que o governo buscará “proteger a vantagem da América” no setor de alta tecnologia.
Vance também defendeu o relaxamento de regulamentações para acelerar a inovação em IA, desde que dentro dos EUA. Essa postura representa um afastamento da abordagem de “barreira elevada” do governo anterior, que limitava o acesso global aos semicondutores de IA.
A China busca alternativas
Diante das restrições impostas pelos Estados Unidos, a China tem buscado alternativas para reduzir sua dependência de componentes críticos ocidentais. O país tem investido em políticas industriais, investimento público e coordenação entre governo, universidades e empresas para ganhar autonomia em hardware e software.
A estratégia chinesa inclui a priorização de chips otimizados para menor consumo energético e o desenvolvimento de arquiteturas alternativas à GPU. O país também tem incentivado o desenvolvimento de placas e interconexões compatíveis com clusters que possam operar sem acesso às gerações mais recentes de componentes americanos.
Apesar dos esforços chineses, especialistas apontam que os EUA ainda podem preservar a liderança em pesquisa de fronteira e manter o acesso a nós avançados de fabricação. No entanto, a tendência é de uma bifurcação parcial do ecossistema global de IA, com blocos tecnológicos mais definidos e competição por talentos.
Taxa sobre chips da Nvidia
Trump confirmou que a Nvidia concordou em pagar ao governo dos Estados Unidos 15% da receita obtida com a venda de seus chips especializados em inteligência artificial (IA) para a China. O acordo também se aplica à AMD, outra importante empresa do setor.
Trump justificou a medida argumentando que os chips H20 da Nvidia são “obsoletos”, apesar de terem sido alvo de restrições de exportação. Ele afirmou que a taxa de 15% foi uma condição para suspender as restrições.
Especialistas avaliam que a medida reflete a intensa disputa de interesses internos nos Estados Unidos e transforma a Lei de Chips e da Ciência em uma “moeda de troca” com as empresas e com a China.