Unesp debate IA e impactos na criação musical

A Unesp (Universidade Estadual Paulista) promove o seminário “Música e Inteligência Artificial: Olhares sobre seus impactos no fazer musical”, um evento aberto ao público que busca refletir sobre como a inteligência artificial (IA) está transformando a criação musical. O encontro será realizado no dia 5 de novembro de 2025, no Teatro Maria de Lourdes Sekeff, no Instituto de Artes da Unesp, campus Barra Funda, em São Paulo.
O evento
O seminário tem como objetivo discutir os impactos da inteligência artificial no processo de criação musical, abordando questões como a redefinição do papel do artista, os desafios às noções tradicionais de autoria e criatividade, e as implicações éticas e legais decorrentes do uso da IA na música. A atividade será realizada em formato híbrido, com transmissão ao vivo pelo canal da Proec (Pró-Reitoria de Extensão Universitária e Cultura) no YouTube.
O professor José Paes de Almeida Nogueira Pinto, coordenador de Ação Cultural da Unesp, destaca a importância de acompanhar o avanço da IA, especialmente nas áreas ligadas à cultura. Segundo ele, a universidade e seus alunos precisam estar atentos a essa questão, que já faz parte do cotidiano profissional de muitas pessoas.
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Participantes
A mediação do evento será feita pela professora Helen Gallo, do Instituto de Artes da Unesp. O debate contará com a participação de:
- Felipe Vassão: compositor e produtor musical premiado com Latin Grammys e Cannes Lions;
- Maurício Pereira: músico e compositor, ex-integrante do grupo Os Mulheres Negras;
- Monique Lemos: antropóloga e mestra em Design para Inteligência Artificial Responsável;
- Alex Buck: doutor em artes musicais pelo CalArts (EUA) e professor no estúdio de música eletroacústica da Unesp.
Impactos da IA na criação musical
A inteligência artificial tem demonstrado habilidades notáveis na criação de composições musicais inovadoras. Algoritmos avançados podem analisar grandes quantidades de dados musicais, identificar padrões e gerar peças originais que desafiam as fronteiras do convencional. Compositores e músicos têm se beneficiado da capacidade da IA de explorar novas harmonias, melodias e estruturas, impulsionando a criatividade para além das limitações humanas.
Além da criação, a IA tem se destacado na otimização dos processos de produção musical. Ferramentas de IA podem acelerar a mixagem e a masterização, identificar imperfeições em gravações e até mesmo sugerir ajustes para aprimorar a qualidade sonora. Essa eficiência não apenas economiza tempo, mas também oferece resultados de alta qualidade, permitindo que artistas se concentrem mais na expressão artística do que em tarefas técnicas.
A IA também tem possibilitado a personalização da experiência musical. Plataformas de streaming utilizam algoritmos para entender as preferências musicais dos usuários e recomendar faixas que se alinham com seus gostos. Isso não apenas facilita a descoberta de novos artistas, mas também cria playlists personalizadas, enriquecendo a relação entre o ouvinte e a música.
Desafios éticos e legais
Apesar dos benefícios, a utilização da IA na criação musical levanta questões éticas e legais importantes. Um dos principais desafios é a questão dos direitos autorais. Quando uma música é gerada por uma IA, quem deve ser considerado o autor? Como os royalties devem ser distribuídos? Essas são questões que a indústria musical e os legisladores ainda estão tentando resolver.
Outro desafio é a questão da originalidade e autenticidade. Músicas geradas por IA podem ser criticadas por falta de profundidade emocional e autenticidade, elementos essenciais da música feita por humanos. Além disso, a automação de processos criativos e técnicos pode impactar empregos na indústria musical.
O futuro da IA na música
O futuro da IA na música provavelmente será caracterizado pela colaboração entre humanos e máquinas. A IA pode se tornar uma ferramenta poderosa nas mãos dos músicos, ajudando-os a explorar novos territórios criativos e aprimorar suas habilidades. No entanto, é importante estar atento aos aspectos éticos e legais, garantindo que a tecnologia seja utilizada de forma responsável e que os direitos dos artistas sejam protegidos.
