Ato de Bolsonaro em SP tem público menor que o esperado: 12,4 mil

O ato convocado por Jair Bolsonaro (PL) na Avenida Paulista, em São Paulo, neste domingo, 29 de junho, registrou uma participação menor do que a esperada. Segundo estimativas do Monitor do Debate Político do Cebrap e da ONG More in Common, o evento reuniu cerca de 12,4 mil pessoas no horário de pico, por volta das 15h40. A margem de erro é de 1,5 mil pessoas para mais ou para menos.
Público abaixo das expectativas
O número representa uma queda significativa em comparação com outros atos realizados pelo ex-presidente na mesma localidade. Em 6 de abril, por exemplo, a manifestação em defesa da anistia aos investigados pelo 8 de janeiro atraiu 44,9 mil pessoas, de acordo com a mesma metodologia de contagem. O Poder360 estimou um público de 16.400 pessoas, utilizando fotos aéreas de alta resolução feitas com drone.
A baixa adesão foi notada inclusive por apoiadores presentes, que relataram uma aglomeração tímida, incapaz de ocupar sequer uma faixa completa de um quarteirão da Paulista. Governistas ironizaram o tamanho do ato, chamando-o de “fracasso” e dizendo que “flopou”.
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Causas da menor adesão
O líder do PL na Câmara dos Deputados, Sóstenes Cavalcante, minimizou a questão, atribuindo a menor adesão ao fato de ser fim de mês e de haver um jogo de futebol importante no mesmo horário (Flamengo contra Bayern de Munique).
Pautas e presenças
O ato deste domingo teve como mote o tema “Justiça Já”. Entre as pautas defendidas pelos manifestantes, estiveram a anistia aos condenados pelos atos de 8 de janeiro e críticas ao Supremo Tribunal Federal (STF) e ao governo Lula.
Diversas lideranças políticas compareceram ao evento, incluindo o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, o pastor Silas Malafaia, o presidente do PL, Valdemar da Costa Neto, e os senadores Flávio Bolsonaro e Magno Malta. No entanto, algumas figuras importantes da direita bolsonarista não marcaram presença, como Michelle Bolsonaro, os governadores Ratinho Júnior (Paraná) e Ronaldo Caiado (Goiás), e os senadores Ciro Nogueira e Rogério Marinho.
Discursos
Em seu discurso, Bolsonaro afirmou que não precisa ser presidente novamente para mudar o Brasil, bastando ter maioria no Congresso Nacional. Ele também criticou o processo no STF em que é investigado por suposta tentativa de golpe de Estado. Tarcísio de Freitas, por sua vez, defendeu a anistia aos presos pelos atos de 8 de janeiro e estimulou o público a gritar “fora, PT”.
Metodologia de contagem
A estimativa de público foi realizada pelo Monitor do Debate Político do Cebrap e da ONG More in Common, com o auxílio de um software de inteligência artificial especializado em análise de multidões. O programa foi aplicado sobre imagens captadas por drone, que registrou 34 fotos aéreas entre 14h e 15h40. O Poder360 utilizou fotos aéreas de alta resolução feitas com drone e o software Google Earth para realizar a estimativa.
Repercussão
A manifestação gerou diversas reações. Governistas ironizaram o público reduzido, enquanto apoiadores de Bolsonaro minimizaram a questão, atribuindo a menor adesão a fatores como o horário e a presença de um jogo de futebol importante.
O evento ocorreu em meio ao julgamento de Bolsonaro, que é investigado por um suposto golpe de estado depois das eleições de 2022. O ex-presidente tem se defendido das acusações, alegando que o plano é uma invenção.