Fast Shop fecha 11 lojas no Brasil em meio à reestruturação

A Fast Shop, uma das maiores redes de eletrodomésticos e eletrônicos do Brasil, anunciou o fechamento de 11 lojas em diversas regiões do país. A medida faz parte de um plano de reestruturação da empresa, que busca aumentar a rentabilidade e a eficiência operacional. O anúncio ocorre em um momento delicado para a companhia, que enfrenta dificuldades financeiras e está sendo investigada pelo Ministério Público de São Paulo (MP-SP).
Contexto da Decisão
A decisão de fechar as lojas foi comunicada internamente aos colaboradores na noite de terça-feira (23), conforme divulgado na coluna de Rodrigo Loureiro, do Times Brasil. O fechamento abrangerá tanto unidades próprias quanto filiais, incluindo as lojas A2You, voltadas para produtos da Apple. A Fast Shop informou que as lojas físicas permanecem como um elemento estratégico do negócio.
O anúncio ocorre em meio a uma transição na liderança da Fast Shop, após a nomeação de Rodrigo Ogawa como CEO interino. Ele será o encarregado de conduzir a companhia em meio a um cenário corporativo desafiador.
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Detalhes do Fechamento
O encerramento das atividades será realizado em três etapas ao longo do mês de outubro:
- 8 de outubro: fechamento das lojas A2You Barigui, Aricanduva, Boulevard Tatuapé e Interlagos.
- 12 de outubro: encerramento das lojas Iguatemi Salvador, M1 Itaquera, M1 SP Market, SP Market e Rio Mar Fortaleza, juntamente com o centro de distribuição de Fortaleza.
- 31 de outubro: fechamento das lojas Barra Salvador e M1 Litoral, finalizando o plano de encerramento.
Investigação do MP-SP e Acordo de R$ 100 Milhões
Além das dificuldades financeiras, a Fast Shop enfrenta uma investigação do Ministério Público de São Paulo, que apura o suposto uso indevido de créditos de ICMS, operações financeiras envolvendo empresas de fachada e participação de auditores fiscais em esquemas de propina. O diretor estatutário Mário Otávio Gomes reconheceu envolvimento no caso, chegou a ser preso, mas posteriormente foi liberado, intensificando o clima de incerteza na gestão da companhia.
Para reduzir danos jurídicos, os donos da Fast Shop e o diretor fecharam um acordo de não persecução penal, homologado na última sexta-feira (29/09). O acerto prevê o pagamento de R$ 100 milhões e a implementação de um programa de compliance. Milton Kazuyuki Kakumoto pagará R$ 55 milhões, Júlio Atsushi Kakumoto assumirá R$ 30 milhões e Mário Otávio Gomes contribuirá com R$ 15 milhões.
Repercussão e Próximos Passos
A Fast Shop não esclareceu se os colaboradores das unidades afetadas serão demitidos ou realocados para outras lojas. A empresa também não se manifestou sobre o assunto quando procurada pela reportagem do Times Brasil.
A crise financeira da Fast Shop evidencia que os desafios combinam retração de mercado e desgaste reputacional. Embora o fechamento das lojas busque eficiência, a necessidade de governança mais robusta se torna urgente. O programa de compliance surge como teste decisivo para recuperar credibilidade junto a fornecedores e consumidores, além de definir o espaço da companhia no varejo premium de eletrônicos.