Huawei e Xiaomi Disputam Mercado de Carros Elétricos
A rivalidade entre a Huawei e a Xiaomi, que se intensificou no mercado de smartphones, agora se estende ao setor de carros elétricos. Durante o Salão do Automóvel de Shenzhen 2025, o executivo da Huawei, Richard Yu, criticou indiretamente a Xiaomi, questionando a qualidade de seus veículos. A resposta da Xiaomi veio através de seu presidente, Lu Weibing, que defendeu o sucesso do SU7, o primeiro carro da marca, atribuindo-o à competitividade do produto e aos valores da empresa.
Contexto da Disputa
A disputa entre as duas gigantes chinesas se acirrou após declarações de Richard Yu, da Huawei, que, sem citar nomes, alfinetou: “Uma empresa de outro setor fabricou apenas um carro e já vende como pão quente. Mesmo que o produto não seja tão bom, o marketing compensa”. A indireta foi claramente direcionada à Xiaomi, que tem obtido grande sucesso com o SU7.
Yu também comparou os veículos das marcas parceiras da Huawei com os da rival, afirmando que possuem melhor qualidade, experiência e desempenho, mas que não vendem nem uma fração do que a Xiaomi vende. Essa declaração gerou uma resposta imediata da Xiaomi.
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A Resposta da Xiaomi
Lu Weibing, presidente da Xiaomi, acusou Yu de difamação e defendeu o sucesso do SU7, afirmando que ele se deve à competitividade do produto e aos valores da empresa. “É o modelo de negócios da Xiaomi que está vencendo”, escreveu em sua conta no Weibo. Lei Jun, CEO da Xiaomi, também reagiu, compartilhando os números de entregas do SU7 em maio e citando o escritor Mo Yan: “Caluniar é, em si, uma forma de admiração”.
O Sucesso do Xiaomi SU7
A Xiaomi entrou no setor automotivo em março de 2021 e lançou o sedã elétrico SU7 em março de 2024. Desde então, as vendas têm sido um sucesso. Em maio de 2025, foram entregues mais de 28 mil unidades, o oitavo mês seguido com números acima de 20 mil. A linha de carros da Xiaomi EV conta atualmente com a série SU7, que inclui uma versão esportiva com 1.548 cavalos de potência. A marca também apresentou o SUV elétrico YU7 em maio, com lançamento previsto para julho.
A Estratégia da Huawei
A Huawei, por outro lado, segue um caminho diferente. A empresa não fabrica carros diretamente, mas colabora com montadoras chinesas por meio da aliança HIMA (Harmony Intelligent Mobility Alliance). Entre as marcas parceiras estão Aito, Luxeed, Stelato, Maextro e Shangjie. Nessa parceria, a Huawei participa do design, desenvolvimento e vendas, mas não é dona das marcas. A empresa aposta alto na tecnologia embarcada para se destacar no mercado.
Rivalidade de Longa Data
A rivalidade entre a Xiaomi e a Huawei vem de longa data. A Huawei começou com telecomunicações e se expandiu para smartphones. Já a Xiaomi surgiu com uma interface Android e se tornou uma das gigantes do setor em pouco tempo. Em 2019, a Xiaomi lançou a marca Redmi para competir diretamente com a Honor, então uma subdivisão da Huawei. A competição que nasceu nos celulares agora tem novos capítulos sobre quatro rodas. Inclusive, a Huawei demonstra ambição ao entrar no mercado de luxo com Maextro S800 para competir com Mercedes-Maybach.
Desafios e Oportunidades
Apesar do sucesso inicial, a Xiaomi enfrenta desafios, como ações judiciais de proprietários do SU7 Ultra que alegam propaganda enganosa em relação ao capô de fibra de carbono. Além disso, o Xiaomi SU7 ficou em último lugar em uma lista de qualidade automóvel na China, com um elevado risco de potenciais defeitos e um alto rácio de reclamações em relação às vendas.
Ainda assim, a entrada da Xiaomi e da Huawei no mercado de carros elétricos representa uma oportunidade para inovação e crescimento, impulsionando a concorrência e oferecendo novas opções aos consumidores.
Fonte: CNEVPost