Líderes do Brics Reúnem-se no Rio para Cúpula no MAM

Chefes de governo e representantes dos países que integram o Brics (Brasil, Rússia, Índia, China, África do Sul, Arábia Saudita, Irã, Indonésia, Egito, Etiópia e Emirados Árabes) começaram a chegar ao Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (MAM) neste domingo (6), para a 17ª reunião de cúpula do grupo. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, anfitrião do evento, recepcionou os líderes e representantes das delegações.
Chegadas e Representações
O primeiro líder a chegar após Lula foi o ministro das Relações Exteriores do Irã, Abbas Aragchi. Até as 10h10, também haviam chegado o primeiro-ministro indiano, Narendra Modi; o primeiro-ministro egípcio, Mostafa Madbouly; o príncipe dos Emirados Árabes Unidos, Khalid Bin Mohamed Bin Zayed Al-Nahyan; o presidente da África do Sul, Cyril Ramaphosa; e o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergey Lavrov.
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Temas em Destaque
A cúpula, que se estende até segunda-feira (7), focará em temas como a cooperação do Sul Global e parcerias para o desenvolvimento social, econômico e ambiental. Os líderes farão discursos e participarão de sessões especiais. A primeira sessão da manhã abordará paz, segurança e reforma da governança global. Estão previstas uma declaração conjunta dos líderes e outras três declarações temáticas sobre inteligência artificial, financiamento climático e doenças socialmente determinadas.
Prioridades da Presidência Brasileira
Sob a presidência do Brasil, o Brics deverá pautar discussões sobre a reforma das instituições de governança global, combate à fome e à pobreza, redução da desigualdade e a promoção do desenvolvimento sustentável. A governança da inteligência artificial, saúde e mudanças climáticas também serão temas centrais.
Esquema de Segurança
Um forte esquema de segurança foi implementado para a cúpula, com interdições na Zona Sul, fechamento de áreas de lazer e suspensão temporária do Aeroporto Santos Dumont. A Avenida Atlântica, em Copacabana, terá acesso restrito a moradores com comprovante de residência. Cerca de 40 mil agentes estão envolvidos no esquema de segurança, que inclui tanques de guerra e 20 mil militares. O espaço aéreo também terá restrições.
A Polícia Federal (PF) intensificou a escolta de autoridades estrangeiras, realizando varreduras anti-bombas e explosivos nos locais de passagem das comitivas. A segurança é semelhante à utilizada na Cúpula do G20, com equipamentos como 361 viaturas, 147 motocicletas, 68 viaturas sobre rodas e 38 viaturas blindadas. Aeronaves com mísseis serão mobilizadas, o que ocorre pela primeira vez desde os Jogos Olímpicos de 2016.
Impacto Econômico e Logístico
Espera-se que o evento reúna cerca de 4 mil participantes de mais de 40 países, com um impacto financeiro estimado em mais de R$ 23 milhões para a cidade. Para facilitar a logística e a segurança, a Prefeitura do Rio decretou feriado municipal na segunda-feira, 7 de julho.
Discussões Econômicas
Entre os temas econômicos, destacam-se as discussões sobre a reforma dos mercados financeiros, moedas locais e instrumentos de pagamento para aumentar e diversificar os fluxos comerciais e financeiros. A criação de um sistema de pagamentos utilizando moedas locais chegou a ser cogitada, mas a ideia não será mais discutida durante a presidência brasileira.
Multilateralismo e Tensões Globais
A cúpula ocorre em um contexto de tensões comerciais e conflitos geopolíticos. O evento também serve como um fórum para discutir alternativas ao dólar e criticar a imposição de tarifas unilaterais. O secretário-geral da ONU, António Guterres, participa da cúpula e falará sobre o reforço do multilateralismo.
Ausências Notáveis
Apesar da importância do encontro, alguns líderes não comparecerão, como os presidentes da China, Xi Jinping, e do Irã. Vladimir Putin participará por videoconferência.
Preparativos e Expectativas
O MAM passou por reformas para sediar a cúpula, consolidando-se como um espaço estratégico para eventos diplomáticos de alto nível. A Prefeitura do Rio criou o Comitê Rio Brics para coordenar as iniciativas e atividades do grupo. A expectativa é que a cúpula fortaleça a cooperação entre os países do Sul Global e promova o desenvolvimento sustentável e inclusivo.