Xiaomi SU7: Demanda Aquecida Causa Prejuízo de R$ 5.200 por Carro
A Xiaomi, gigante chinesa da tecnologia, está enfrentando um cenário desafiador em sua incursão no mercado de veículos elétricos. Apesar do sucesso de vendas do seu primeiro carro, o sedã elétrico SU7, a empresa está perdendo, em média, R$ 5.200 por unidade vendida. Este prejuízo ocorre em meio a uma alta demanda pelo veículo, que chegou a superar o Tesla Model 3 na China em alguns meses.
O Prejuízo por Unidade
De acordo com cálculos da Bloomberg, a Xiaomi está perdendo cerca de US$ 9.200 (aproximadamente R$ 51.000) por cada SU7 vendido. Esse valor é baseado no prejuízo de US$ 252 milhões (cerca de R$ 1,4 bilhão) que a divisão automotiva da empresa registrou no segundo trimestre de 2024, período em que entregou 27.307 unidades do SU7. O preço de venda de cada SU7 é de aproximadamente US$ 30 mil (R$ 166 mil), o que agrava ainda mais o impacto financeiro negativo.
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Ajustes na Produção e Metas Ambiciosas
Para tentar mitigar as perdas e atender à crescente demanda, a Xiaomi tem trabalhado em ritmo acelerado para aumentar a produção do SU7. A empresa implementou um sistema de dois turnos em sua fábrica em Pequim, buscando atingir uma produção mensal de 20.000 unidades. Em outubro de 2024, a empresa já havia ultrapassado a marca de 20.000 unidades entregues, o que a aproximou de sua meta anual de 100.000 unidades. Em janeiro de 2025, as vendas do SU7 superaram as 23.000 unidades na China, ultrapassando o Tesla Model 3, que vendeu 8.009 unidades no mesmo período.
Estratégias para o Futuro
Apesar dos prejuízos iniciais, a Xiaomi mantém uma visão otimista para o futuro de sua divisão automotiva. A empresa planeja lançar novos modelos de veículos elétricos nos próximos anos, incluindo o SU7 Ultra, com três motores, e o crossover Xiaomi YU7. Além disso, a Xiaomi está construindo uma segunda fábrica de automóveis, com previsão de conclusão em 2025, para aumentar ainda mais sua capacidade de produção.
O CEO da Xiaomi, Lei Jun, declarou que a empresa concentrará seus esforços no mercado chinês nos próximos três anos, adiando planos de expansão global. Essa estratégia visa consolidar sua posição no maior mercado de veículos elétricos do mundo e otimizar a produção e as vendas antes de expandir para outros mercados.
Análise de Especialistas
Analistas do Citibank acreditam que a divisão automotiva da Xiaomi pode atingir o ponto de equilíbrio se a empresa conseguir vender entre 300.000 e 400.000 unidades por ano. No entanto, o mercado de veículos elétricos é altamente competitivo, e a Xiaomi enfrenta desafios significativos para alcançar essa meta.
Apesar das dificuldades, a Xiaomi tem demonstrado um compromisso contínuo com o mercado de veículos elétricos, investindo em pesquisa e desenvolvimento, expandindo sua capacidade de produção e lançando novos modelos. Resta saber se a empresa conseguirá superar os desafios iniciais e transformar sua divisão automotiva em um negócio lucrativo a longo prazo.
O SU7 Ultra e a Busca por Competitividade
Em março de 2025, a Xiaomi reduziu em 35% o preço do seu superesportivo elétrico de luxo, o SU7 Ultra, visando aumentar a competitividade e atrair clientes da Tesla e da Porsche. A medida resultou em mais de 6.900 encomendas nos primeiros dez minutos após o anúncio. O SU7 Ultra possui três motores elétricos, bateria de 93,7 kWh e entrega até 1.570 cv de potência, com velocidade máxima de 350 km/h.
Conclusão
O caso da Xiaomi demonstra os desafios e as oportunidades no mercado de veículos elétricos. Apesar do sucesso de vendas do SU7, a empresa precisa otimizar sua produção, reduzir custos e expandir sua linha de produtos para alcançar a lucratividade. O futuro da Xiaomi no mercado automotivo dependerá de sua capacidade de inovar, competir e atender às demandas dos consumidores.
