CFP Alerta sobre IA na Prática Psicológica e Ética

O Conselho Federal de Psicologia (CFP) divulgou um importante posicionamento sobre a crescente utilização da Inteligência Artificial (IA) no contexto da prática psicológica. A autarquia expressa preocupação com a rápida expansão da IA em diversos setores da sociedade e seus potenciais impactos no exercício da profissão.
O Posicionamento do CFP
O CFP enfatiza que não se opõe ao avanço tecnológico, mas busca garantir que a implementação da IA esteja alinhada aos princípios éticos que orientam a Psicologia. O objetivo é propor diretrizes e critérios éticos para a adoção da IA, assegurando que o uso dessas ferramentas seja feito de forma responsável e consciente.
O documento do CFP reconhece que as tecnologias digitais e a IA têm gerado impactos relevantes em diversas profissões, incluindo a Psicologia. Ferramentas baseadas em IA já estão sendo incorporadas ao cotidiano de psicólogos em múltiplos contextos de atuação. No entanto, o CFP ressalta que as atividades mais complexas devem ocorrer sempre sob supervisão crítica e com discernimento ético por parte do profissional responsável.
Desafios e Recomendações
O CFP alerta que o uso de ferramentas de IA exige dos psicólogos uma postura atenta, crítica e ética, capaz de avaliar os limites, riscos e possibilidades de sua utilização. O desafio vai além de simplesmente adotar ou rejeitar a IA, sendo necessário construir formas responsáveis de integrá-la à prática psicológica, com supervisão e atualização permanente.
O Conselho Federal de Psicologia se compromete a acompanhar a evolução do tema, promover o diálogo contínuo com a categoria profissional e trabalhar em conjunto com os Conselhos Regionais de Psicologia (CRPs) para lidar coletivamente com os desafios impostos pela IA.
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Preocupações com o Uso da IA em Terapias
O uso da IA em terapias tem gerado preocupação entre os psicólogos. O CFP criou um grupo de trabalho para analisar e discutir o tema, alertando sobre os riscos da prática. Uma das preocupações é que as IAs podem simular diálogos humanos, mas não possuem capacidade de raciocínio ou julgamento real.
Além disso, há o risco de que informações sensíveis possam ser armazenadas e expostas em caso de falhas ou vazamentos, o que pode trazer impactos graves para a saúde mental dos pacientes. O CFP defende que as IAs podem ser úteis como diários ou para desabafos pontuais, mas não substituem o acolhimento profissional e ético de um psicólogo.
O Futuro da Psicologia e a IA
O CFP reconhece que a IA pode auxiliar no trabalho dos psicólogos, mas ressalta a importância de que os profissionais estejam preparados para utilizar essas ferramentas de forma ética e responsável. É fundamental que a categoria esteja atenta aos impactos da IA na produção de conhecimento, na formação profissional e no trabalho nos diversos campos da ciência e profissão psicológica.
O Conselho Federal de Psicologia se coloca como um agente importante nesse debate, buscando garantir que a utilização da IA na prática psicológica seja feita de forma a promover o bem-estar e a saúde mental da população.